Finnestre dell’appartamento

Publicado: julho 7, 2013 em Postagens

 

A dureza poética de uma cidade que é todo canto.

 As janelas te tiram dos mesmos círculos.

 As teias cósmicas remetem a outro plano.

 Horizontes outros dizem belezas que jamais ouviu.

 

 Raízes perfuram espaços que não podem ocupar

 Folhas balançam em arte sem ninguém jamais ver

 Vidros arranhados são cores que ardem

 Frutos e casulos por toda parte

 Vida mostra, parada morte.

 

 Luzes refletidas destoam e dispersam

 Olhares marcados por um constante cansaço.

 O sempre visto é o nunca belo

 O nunca visto parece incrível.

 

 Todo dia, toda hora, tudo sempre é surpresa

 Tempo consome a liberdade do momento

 Liberdade do momento é consumida pelo tempo.

 Olhares em êxtase te resgatam.

 

 O mundo sempre sombra

 É luz em colapso projetada

 Na parede te vejo sempre bela

 Teu movimento é vento que nos acaricia.

 

 Loucos/ébrios dançam, cantam em sua singular leveza

 Outros morrem em sua sutil tristeza

 Janelas continuam sem que ninguém as olhe,

Mas as imagens sempre estiveram lá.

 

 

INvento

Publicado: julho 7, 2013 em Postagens

Um olhar confuso de entendimentos prejudicados.
Ser e perceber lhe são caros.
Os sons? Um guia. Pequenos sentimentos?
Criam cotidianos que se transformam.
Sentidos entrelaçados torcem o sempre visto…,
Devolvendo estéticas ao olhar cansado.

Metalinguagem

Publicado: abril 19, 2013 em Postagens

O tempo que não se pode medir
E as explicações sistemáticas do devir
Fazem-me refletir sobre nossa relação com a abstração

Refletir sobre a abstração
É encarar a contradição
De quão efêmera a percepção sensorial o é

Como não consigo conceituar,
Por símbolos inteligíveis, o que é abstração,
Somento posso comentar, os processos que me levam,
A noção, da mais tênue sensação,
Deste quase insondável vislumbrar,

No ato de escrever minhas poesias,
E no fim achar que não são minhas,
Pelo seu processo de criação,

Sinto-me como avatar,
E me deixo controlar,
Por forças irreconhecíveis,
Que me dirigem por não-físicos incompreensíveis
E produzem o texto que aqui está.

Do maniqueísmo como ideologia 2

Publicado: março 3, 2013 em Postagens

Uma sensação deturpadora da razão
Percorre meu corpo nesses segundos
Em que o mundo parece desabar.

Sobre ossos perfurantes,
Gritos jorrantes de adrelina e cuspes, criam
palavras que mancham de névoa o ambiente.
Transformando miríades de negação e concordância
Em uma distância visceralmente impossível de transpassar

Entre mundos distintos
Há todo um jogo de instintos
Que a nossa mente e aos outros anseia controlar,
sendo material pesado
todo esse estado de incompreensão e divergência.

Na iminência do embate
No corpo que se debate sob a parede que rui
Líquidos de tristeza
Em variantes incertezas,
dos minutos que custam a cessar,
Só nos resta contemporizar
Por-se novamente em um famigerado altar
E criticar, criticar e criticar.

Da cinza ao verde

Publicado: janeiro 25, 2013 em Postagens

Deveras punido,
por consistências em suspenso.
Metamorfoseados alentos,
por ser assumidamente ébrio.

No grão terra
que com meus liquidos
mata fome
Ser inebriado cresce
Espalhando os verdes
Nos cinzas onde passei.

Continua…

Publicado: setembro 21, 2012 em Postagens

Silêncios distoam das multidoes internas
Entre vidros que abafam pudores e suspiros tão graves.

Palavras agridem aos surdos rancorosos
Meu ouvir sangra no pontiagudo vácuo.

Sucumbe o sol em tristezas e trânsito.

Olhos refletem apenas magoas
Um corpo pontiagudo que me fere…
Manchas cinzas em tua pele
Aridez da mente que ecoa.

Imagino formas outras de te colorir
Transformando-te em volúpias de outra hora
Sinto ao te ver sorrir…
Verdadeiros sorrisos ?
Por onde andam?

continua…

Coloridos Fractais

Publicado: maio 16, 2012 em Postagens
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Na mente?
Lutam contos sem autor.
Os temas?

Balas perfuram corpos,
Derramando dor e eras pelos ventos

Pelas ruas? Passos.
Há luz e sombras nas esquinas.
Fujo(Passo) admirado com o que não vejo.

Dos olhos secos,
Das salivas a dizer Desejo,
Sonatas mudas
Saltam às bocas
Vomitando notas,
Em intervalos
Cada vez menores.

Pontos repartidos
Em todo canto
Secam também os lábios
Quando se unem em silêncio
Dizendo que não há verdades.

Revoltam-se, lá de dentro,
seres, que já não querem ser detidos.
seus gritos abafados me sufocam
Levando ao engasgo.

Retribuem-me em dor
O acolhimento e abrigo…

Ancoradouros intermináveis,
Povoados por nada vivo,
É por onde ando.
No fim/abismo, jogo-me.
Em tintas ácidas, banho-me.
Derretido? Disfarço-me
De olhares outros,
Para si também virados.

Mais um monstro na multidão.

Devoro os tempos
Mas tudo que sinto
É que apesar das dores
Adoro sonhar aos braços
De coloridos fractais…

Um abril quase janeiro

Publicado: abril 1, 2012 em Postagens

Hoje é dia, momento,
Em que ano começa.
Dentro de mim,
Tudo revira, recomeça
E minha alma
Deita sobre braços,
De outros amores
Que me motivam.

Parado, afundo,
No próprio material
De minha decomposição…
Observo as peles em que habito.

Num distante lugar,
Ao fundo, onde cosmo/vidas
Cintilam suas novas pistas,
Nascem de meus humus,
Certezas, ou melhor, incertezas,
Tão mais coloridas,
Que as castanhas e cinzas, verdades
Desses últimos anos.

Possibilidades? Estas sim…
Nunca me faltaram,
Mas um desejo de estacionar
Sempre me foi presente…
Presente, que me cobra tudo.

Dar o próximo passo, lançando-me
À natureza dessas cores
Requisita tudo o que tenho sido,
E, sem mais tempo para desperdiçar,
Atiro-me novamente a mim.
Sujeitinho de abismos,
Que só nos limiares do claro e escuro
Deleita-se em seus paradoxos,
Ultrapassando as tais barreiras,
Que nem ao menos existem.

‎A febre

Publicado: dezembro 28, 2011 em Postagens

Ao fundo? Sons que não quero ouvir.
Dormir? Pois sonhar é só desejo.
De súbito, quilômetros percorridos.
Aproximam-me deste, e não de outro,
Porvir, do qual escrevo.

Motores de carros,
Motores de motos,
Motor deste ônibus,
“Vai uma pipoca aí…?”,
(…)
Além desse calor, que me come os nervos,
Abafam os rancores do fim do dia.

Um passo, outro passo.
Do alto desço, sem diminuir.
Ponho-me a andar, distraído,
Afogo-me naqueles pensamentos.

Não distinguo tons.
Não me confortam os sons.
Das sinfonias das seis da tarde.

Coisas me chamam.
Gritam por atenção.
Surdo, penso naqueles cachos.
Seus cheiros e texturas,
Que se misturam na composição
De cada objeto que me entorna.

Não me importo com todos esses que passam.
Já que parecem filhos da mesma cor.
Ou será que meus olhos…?
Meus olhos? Andam cansados.
E, pensando bem,
Sinto-me impenetrável,
E nem sei desde quando.

Sim! São minhas essas camadas que saltam,
Mostrando-me como uma imagem febril que anda.

La Société du Spectacle

Publicado: dezembro 9, 2011 em Postagens

Quando as luzes brilham de forma tão intensa,
Que chegam a ofuscar todo o resto do ambiente,
Os animais para elas voam; carbonizando-se.